Sinto-me em casa no profundo do olhar do amigo, que não precisa de palavras para o dizer. Sinto-me em casa no dentro dos braços dos meus filhos e eu com eles no dentro dos meus. Sinto-me em casa num afago simples, só porque sim, só porque tocar e ser tocado é bom. Sinto-me em casa com os lápis e pincéis e a ilusão que me dão de que o mundo é colorido. Sinto-me em casa quando, no vinil da Ellis Regina, ainda ouço o tema intemporal: “Como nossos pais”.
Sinto-me em casa quando chove em Agosto e o cheiro da terra molhada me inunda o peito. Sinto-me em casa quando me cheiram as violetas, suor e sal.
Sinto-me em casa no dentro de mim.
Sinto-me em casa porque sim.