sábado, 14 de abril de 2012

"Made in Barão"






Hoje ao fim da tarde em Barão de S. João.
Pinturas de António Alonso

FILOMENA GONÇALVES (MENA






Este é o segundo desafio Virtual/Real. Hoje desafiei a Mena. Eu falo aqui, ela fala no blogue De-OLHAR Amanhã invertemos. Eu publico o post dela e ela o meu. Depois tudo será devidamente arrumado no blogue VIRTUAL/REAL Façam os vossos desafios. Todas as 6ª feiras.


 
Já não sei muito bem como entrámos em contacto. Provavelmente foi no contexto da Tertúlia Virtual. A Mena é de Lagos (Algarve). Eu tenho lá um apartamento de férias. Este foi o elo de ligação. Marcámos um encontro no Largo do "Sebastião". Acho que foi em 2009. Tínhamos a referência das fotos dos respectivos blogues. Daí para cá, sempre que vou lá abaixo, marcamos um jantar ou um encontro. O certo é que tenho já uma série de amigos em Lagos. Gente da terra. Gente que me transmite uma outra visão da cidade. Lagos transformou-se de um simples local de evasão, numa segunda morada. Passei a ter o privilégio de participar da vida da cidade e de não me sentir um mero turista. A esse encontro com a Mena devo esta "integração".


A Mena é discreta, talvez um pouco tímida. Uma pessoa calma e ponderada de quem é fácil gostar. Nada nela é exibicionista. A vida nem sempre lhe tem sorrido, mas ela sabe vencer a vida. Há na Mena muito daquele mar salgado que se lançou às descobertas sem medo, mas sem saber para onde ia. Uma fatalidade que todos os algarvios têm. Um destino intrínseco que os leva para lá do mar, mas que acaba sempre em terra. Ela mora na praia e a praia mora nela. Uma praia enorme que a apaixona permanentemente.


Lagos foi capital dos Descobrimentos até 1460, data da morte do Infante D. Henrique. Foi aqui que a aventura começou. O Algarve conheceu uma fugaz expansão, para rapidamente entrar em novo declínio. O Algarve tem vivido em permanente sobressalto económico. O fluxo turístico que invadiu o território a partir dos anos 60 do século XX não alterou mentalidades. Há uma tolerância por parte dos "locais", mas, simultaneamente, a sensação de que lhes estão a tirar algo. De facto há dois "algarves" que nunca se misturarão. O Algarve dos hotéis e dos pacotes turísticos, dos "pubs" e das discotecas, das férias por atacado e dos escaldões a granel. E um outro Algarve das tradições e das tertúlias, dos pescadores artesanais e dos petiscos ancestrais, da gente que fala rápido e cerrado. Um Algarve que teima em sobreviver. Um Algarve que mantém uma enorme ruralidade à beira do oceano.


A Mena faz parte deste "núcleo duro" de pessoas que não se deixaram vencer pela vassalagem turística. Talvez sofram por isso... Mas só assim o Algarve continua manter a sua personalidade. A Mena pinta, desenha e dedica-se ao artesanato. Os seus trabalhos podem ser vistos nos blogues ARRABISCA e TRAPICE A Mena é, também, uma das dinamizadoras dos "Contos do Barão", uma tertúlia interessantíssima, que pode ser consultada a partir do blog LAGOS e à qual espero ir um dia destes.


No Verão de 2010, a Mena organizou um Encontro de Blogueiros, em Lagos. Foi a oportunidade de muitos se conhecerem (sabem quem é quem?). Uma noite magnífica de calor que ainda aguarda por "resposta". Para a Mena e para todos os amigos de Lagos vai este post, com saudades de quem ainda não foi "lá baixo" este ano.

Disse e postou Jorge Pinheiro

sexta-feira, 13 de abril de 2012

JORGE X MENA




(Desculpem a falta de fotos...)

 "O EXPRESSO"

Finais de 2007, julgo. Eu saía de uma vida feita fora de casa e com muito pouco tempo livre, para uma reclusão forçada e demorada. A net e os blogues tornaram-se a minha ligação com o mundo exterior, perto e longe. Iniciava-me timidamente no “arrabisca”, com desenhos de meninas pequenas à medida da dimensão do meu sótão. Obrigava-me a sair e fotografava flores que postava no “de-olhar”. Foi aí que conheci o “EXPRESSO DA LINHA” e começámos a trocar comentários. Alarguei o leque de amigos virtuais através dele. Visitar-lhe o blogue tornou-se hábito diário.
Por essa altura, ele escrevia “Filhos do Povo do Sul”. O CD dos “Ephedra” chegou-me pelo correio. Mais do que as imagens, fascinava-me a sua escrita. Sintética. Incisiva. Expressiva. Esclarecedora. Objetiva. Lúcida!

Por algumas imagens, percebi que costumava passear-se pela minha cidade. Teríamos, seguramente, pontos em comum. Sem grandes problemas geográficos, foi fácil combinar um 1º encontro. Os meus amigos arredaram-se um pouco. Acabei por o conhecer REALMENTE , sozinha. E não me arrependo nem um pouco!

Nesse 1º encontro a três (que a Fernanda também foi), presenciado pelo Sebastião do Cutileiro, cimentou-se a amizade que já vinha de uma empatia virtual. Não tenho fotos. Ficou-me a lembrança da amena cavaqueira durante o jantar e o sabor das lulas fritas. A lembrança do passeio tardio por ruas estreitas e o Jorge de máquina fotográfica procurando varais escuros. Um fim de noite já com projetos conjuntos. A sensação de que o conhecia há muito.

 
Sem o Jorge não teria acontecido o Encontro de Blogueiros em Lagos. Um jantar memorável.


 Um passeio de barco tempestuoso.


 Um almoço com sorrisos e mais amigos.


 Amigos virtuais que se tornaram reais.

 Uns que ficaram até hoje, outros que se perderam. Continuo a ler o Jorge e a repetir-me em elogios à sua escrita. Deu-me a conhecer gente fascinante. Myra. Roberto Barbosa. Conta histórias da História que não me aborrecem. E surpreende-me muitas vezes com postagens inovadoras. Raramente partilhamos intimidades ou confidências, mas acontece ocasionalmente. Coisas de amigos de há muito tempo. É um privilégio sentir assim. Obrigada, Jorge, por teres postado flores.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Da minha janela



Lagos hoje: o céu...









...e o estendal da vizinha.
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