(Desculpem a falta de fotos...)
"O EXPRESSO"
Finais de 2007, julgo. Eu saía de uma vida feita fora de casa e com muito pouco tempo livre, para uma reclusão forçada e demorada. A net e os blogues tornaram-se a minha ligação com o mundo exterior, perto e longe. Iniciava-me timidamente no “arrabisca”, com desenhos de meninas pequenas à medida da dimensão do meu sótão. Obrigava-me a sair e fotografava flores que postava no “de-olhar”. Foi aí que conheci o “EXPRESSO DA LINHA” e começámos a trocar comentários. Alarguei o leque de amigos virtuais através dele. Visitar-lhe o blogue tornou-se hábito diário.
Por essa altura, ele escrevia “Filhos do Povo do Sul”. O CD dos “Ephedra” chegou-me pelo correio. Mais do que as imagens, fascinava-me a sua escrita. Sintética. Incisiva. Expressiva. Esclarecedora. Objetiva. Lúcida!
Por algumas imagens, percebi que costumava passear-se pela minha cidade. Teríamos, seguramente, pontos em comum. Sem grandes problemas geográficos, foi fácil combinar um 1º encontro. Os meus amigos arredaram-se um pouco. Acabei por o conhecer REALMENTE , sozinha. E não me arrependo nem um pouco!
Nesse 1º encontro a três (que a Fernanda também foi), presenciado pelo Sebastião do Cutileiro, cimentou-se a amizade que já vinha de uma empatia virtual. Não tenho fotos. Ficou-me a lembrança da amena cavaqueira durante o jantar e o sabor das lulas fritas. A lembrança do passeio tardio por ruas estreitas e o Jorge de máquina fotográfica procurando varais escuros. Um fim de noite já com projetos conjuntos. A sensação de que o conhecia há muito.
Sem o Jorge não teria acontecido o Encontro de Blogueiros em Lagos. Um jantar memorável.
Um passeio de barco tempestuoso.
Um almoço com sorrisos e mais amigos.
Amigos virtuais que se tornaram reais.
Uns que ficaram até hoje, outros que se perderam. Continuo a ler o Jorge e a repetir-me em elogios à sua escrita. Deu-me a conhecer gente fascinante. Myra. Roberto Barbosa. Conta histórias da História que não me aborrecem. E surpreende-me muitas vezes com postagens inovadoras. Raramente partilhamos intimidades ou confidências, mas acontece ocasionalmente. Coisas de amigos de há muito tempo. É um privilégio sentir assim. Obrigada, Jorge, por teres postado flores.