" Contrato contrato
Contrato faremos.
Sábado de Aleluia ajoelharemos.
Domingo de Páscoa pagaremos."
Era com esta lenga-lenga que a Páscoa da minha infância ficava recheada de amêndoas e doces.
Sexta-feira Santa, perseguíamos as vizinhas ( e uns aos outros) fazendo o "contrato". Feito com o dedo mindinho. Só o mindinho valia! Entrelaçado.
Sábado de Aleluia era dia de acordar bem cedo, espreitar nas esquinas e dizer antes do outro:
Sábado de Aleluia era dia de acordar bem cedo, espreitar nas esquinas e dizer antes do outro:
"Ajoelha-te e paga!"
As vizinhas, matutinas e distraídas, passeavam-se pela rua esperando pelo ajoelhar. Elas nunca viam o miúdo se aproximar...
E pagavam no Domingo...
E pagavam no Domingo...
Saquinho de amêndoas garantido. Ou um bolinho. Rebuçados de mel. Um doce qualquer. O que fosse que houvesse debaixo daqueles lenços ou em algibeira de avental. Que um mimo para cada um da rua havia sempre nesses dias. E sempre em casa destas gentes, amêndoas "esquecidas" para o último...