Fomos uma geração entalada. Mas tínhamos todos olhos grandes: da idade, ou do fotógrafo...
15 ou 16, quando foi o 25 de Abril. Memórias vivas. De um dia para o outro, aconteceu-nos o "antes e o depois". Entalados. Completamente entalados!
Dispo a bata branca, faço dela uma bandeira. E não sei porquê. Em 2 meses, crescem os cabelos e as barbas dos rapazes. Somos todos contra qualquer coisa que a gente nem sabe o que é. Estamos contra e pronto. Crescemos sózinhos na total anarquia dos anos seguintes à revolução dos cravos. 3 anos de absurdo completo. Foi isso que se lembrou ontem, no jantar do "meu Liceu".
Um CD para todos, com fotos de há 35 anos...
onde,
entre muitos muitos muitos,reencontrei o Miguel Veloso.
Pela mão dele,( antes de Abril de 74) bem escondido em papel de jornal, li:
"Os Dados estão Lançados", de Jean Paul-Sartre.
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Um jantar para guardar na memória e não repetir. Será impossível reviver outra vez.
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Digo-vos: "entalados", sem dúvida! Mas fomos muito giros!!!
Sem duvida muito giros.
ResponderEliminarbeijos
As fotos antigas tem um certo mistério no olhar, este ar de seriedade diz: adivinha em que estou pensando?
ResponderEliminarEm especial a Mena G ainda conserva este olhar, e até apurou mais, que digamos a deixa muito charmosa.
entalados...entaladinhos... mas foi uma época gira (que eu só apanhei de raspão).
ResponderEliminarBelo post Mena. Belo texto, belas fotos.
ResponderEliminarGeração entalada, giro! A mim entalaram-me tão bem em África que só soube do 25 de Abril a 26 !
:) Bjs
Foi um dia que nunca esquecerei!
ResponderEliminarE sempre que me lembro o que me vem logo à memória é o frio duma arma que se encostou a mim para não me deixar atravessar a Rua e entrar no Largo do Chiado, e dois soldados ensonados (desgraçados!...) a barrar-me o caminho.
Como vez estevamos bem entalados!
Além de não poder ir trabalhar pois não podia atravessar o Chiado, à noite fui parar a Sete Rios mesmo à porta da Escola da DGS, ouvindo tiros e no meio dum mar de gente tresloucada.
25 e 26 foram dias com algumas histórias.
Lisboa como deves ver era o ponto principal e não podíamos fugir daqui.
Depopis ainda tivemos os "Fiats" a bombardear o RALIS, no Terreiro do Paço eles passavam rasando os telhados e nós não sabiamos porquê.
Foi engraçado, e o mais curioso é que continua engraçado.
Apesar do tempo que já passou, a malta, (alguma...) continua entalada!
Gostei de te ler e conta mais do encontro.
Abraço
Maria
Tive muita pena de não ter sabido deste encontro... Teria ido com todo o gosto... Que pena!!!
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